Let me kiss you

(Idades alteradas para se adaptar a história) 

"I hate the most that you do: you make me love you"

Qual seu problema coração? E o seu problema mente? Me digam quais são e eu tentarei resolver, mas não me diga que é ele porque esse problema é irresolvível.



Victoria P.O.V 
  Já fazem dois anos  que eu briguei com a pessoa que mais me fez rir, mais me fez chorar, mais me fez ser feliz. A pessoa que mais me fez amar. Meu melhor amigo, melhor irmão, melhor pessoa que passou por minha vida. Chegou na hora certa e se foi na hora errada. 
  Até hoje posso ouvir o som da sua voz chamando meu nome, até hoje ouço sua risada após qualquer idiotice feita, até hoje posso ouvir suas broncas e as palavras mais lindas. Ate hoje, ao olhar uma parede branca, vejo seu sorriso, suas lagrimas. Até hoje, ao me deitar na cama, lembro dos seus abraços e até mesmo dos nossos dedos entrelaçados -que pareciam ter sido feitos para fazer perfeitamente aquele ato. Até hoje posso me lembrar do que nos separou e ainda hoje, depois de dois anos, eu choro por isso.
  Nunca vou me esquecer do quão idiotas eramos e do quão idiota sempre serei por deixa-lo escapar, assim como deixei tantos outros. E porque eu deixava os outros escaparem? Porque nesses dois anos eu só queria ele, ele e ninguém mais, o garoto que nem sei mais onde está. Nesses dois anos eu fui cantada por vários rapazes, convidada pra sair por pessoas inusitadas e até mesmo ser pedida em namoro, mas nunca aceitei nada. Nunca quis nada além dele. 
  Ryan Robertson. Esse era o nome dele, mas eu tinha toda a liberdade de chama-lo como quisesse. Sinto saudade de chamar seu nome quando precisar, sinto saudade de ouvir seu nome na voz dos professores que brigavam conosco e saudade de ouvir seu sobrenome junto ao meu nome em brincadeiras da sala.
-1, 2, 3, 4... 
  Não tinha mais graça chegar no numero 20 da chamada e não ouvir sua voz respondendo "presente", mas nessa manha foi diferente. Eu vagava pela sala em pensamentos aleatórios quando ouço uma voz, que não era a de Rafael, respondendo pelo numero 20. Pisco algumas -varias- vezes, achando que o que tinha ouvido era só uma coisa da minha cabeça afetada pelo coração. 
-Veja só classe, Ryan voltou! -Sr. Dort diz assim que o tal numero quatro responde a chamada (senhora Dort era minha professora desde a sétima serie e hoje, no 3° colegial, ela nos acompanha nas aulas de artes enquanto a professora está de licença maternidade). 
Eu olho para a carteira na fileira ao lado da minha e vejo o mesmo sorrindo -logo atrás dele estava Rafael- e que lindo sorriso.
-30...30! VICTORIA! -A professora, de 70 anos, forçou a voz para me chamar a atenção.
-Bom dia... Quer dizer presente professora. Presente! -Disse saindo de mais uma de minhas viagens pelas paredes brancas da sala. 
-Bom dia Sr. Victoria! -Ela colocou os óculos na ponta do nariz e foi até a lousa. 

Passei o dia todo -sozinha- raciocinando a volta de Ryan para a escola, aquilo sem duvidas havia mexido com meu psicológico e coração. Depois da aula voltei para casa, sem nem ao menos ter falado com ele ou com qualquer um que estivesse a sua volta. Entrei no ônibus e não tinha lugar para me sentar, então fiquei de pé no fundo do veiculo.  
-Posso ficar ao seu lado -Perguntou alguém ao colocar a mão em cima da minha na barra do ônibus. 
Olhei para a pessoa e no mesmo momento meu coração acelerou, minha voz ficou presa na garganta e minhas pernas bambearam.
-Po-pode... -Gaguejei. 
Alguns minutos em silencio se passaram e ele não parava de sorrir (Se John Green descreve aquele sorriso ele diria que "Aquele sorriso seria capaz de por fim a guerra e curar o câncer"). Olhei umas cem vezes, impaciente, pro relógio do meu pulso e o tempo nunca passava. 
-Sabe, eu estava com saudade de você... -Ele resolveu falar algo.
-Pensei que me odiasse -Disse sem olha-lo.
-Eu nunca te odeie e nem vou te odiar -Ele puxou meu rosto para que eu pudesse olha-lo.
-Não foi isso que você disse à dois anos atrás...
-À dois anos atrás nós não sabíamos de nada e apesar de tudo sempre brigávamos por besteira, a ultima briga só foi consequência de uma besteira maior. -Agora ele deu pra filosofar?
-Hm! -Murmurei. 
Ficamos mais minutos quietos, até que chega meu ponto e eu desço e ele vem logo atrás de mim.
-Eu odeio quando você faz esses "hm". Sempre acaba com nossas conversas. Eu sempre odiei e você sabe! -Ele anda rápido para acompanhar meus passos. 
Eu continuei andando, o mais rápido que podia andar, não queria acabar chorando na frente dele só por motivos de saudade e amor. Finalmente cheguei na porta da minha casa, mas antes de abrir o portãzinho ele parou poucos passos longe de mim.
-Eu só voltei pra dizer que te amo... 
Okay, pausa pra raciocinar o impacto que aquela frase teve em mim. Eu não sabia o que fazer além de ficar parada e não olhar para ele. Ryan se aproximou um pouco tirando um papel do bouço.
-Um dia eu li isso no livro da outra escola e lembrei de você, lembrei de nós, desde então eu me prometi que quando te reencontrasse dedicaria isso a você -Ele abriu o papel e meus olhos já estavam cheios de lagrimas- "Se amar de verdade é desejar sempre o teu abraço, se é não conseguir controlar o sorriso bobo ao falar contigo, se é conversar quase todos os dias e ainda assim sentir saudade...
Se amar de verdade é sentir super quando vejo que você não esta bem e eu não posso ajudar, se é querer a cima de tudo a sua felicidade, se é sentir uma angústia enorme só em pensar em te perder...
Se amar de verdade é ir dormir pensando em nós dois e imaginar possíveis ou até impossíveis momentos juntos, se é ver em ti a melhor pessoa pra mim, se é desejar te ter por perto mais que qualquer outra pessoa no mundo...
Então, é. EU TE AMO. DE VERDADE"
Sim, eu já estava em lagrimas e pra ajudar ele ainda resolveu seca-las. Esse garoto ainda sabe como me detonar. 
-Lembra quando nós prometemos que ficaríamos juntos pro resto de nossas vidas, mesmo que como amigos? -Ele colocou uma de suas mãos em minha cintura me deixando de frente pra ele. Eu assenti com a cabeça- Então, eu quero manter essa promessa, mas de um jeito melhor. 
Então com uma mão ele tirou os cabelos que tinham na minha bochecha e logo essa mão foi para o meu pescoço. E ele fez uma coisa que eu espero à dois anos.


_______x_______

Bem clichê não é? hahahaha
Bom, espero que gostem, mas não se iludam. Isso é só um imagine e essas coisas não acontecem 

-LaFranceschini

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